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As mulheres que se identificam como lésbicas e bisexuais devem realizar exame de prevenção de câncer de colo uterino, o Papanicolau, seguindo as mesmas orientações para mulheres com relações heteroafetivas. 

Segundo as diretrizes do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o primeiro exame de Papanicolau deve ser coletado a partir dos 25 anos de idade. Se o exame for negativo, pode ser colhido a cada 3 anos. 

Importante individualizar cada caso, principalmente se a pessoa já tiver iniciado a vida sexual antes dos 25 anos de idade, avaliando histórico de saúde, uso de medicações e hábitos de vida. 

A presença do HPV em pacientes jovens sem outras doenças, na maioria das vezes, é uma infecção transitória. Mas, se a pessoa já apresentou alguma lesão (que antigamente chamávamos displasia, hoje nos resultados a descrição vem como “lesão intraepitelial” ou NIC) o seguimento com exames de Papanicolau, pesquisa de HPV, colposcopia e vulvoscopia são necessários. 

A prevalência de infecção pelo vírus do HPV, que está relacionado de forma direta com a incidência do câncer de colo uterino, é relativamente menor em mulheres que se identificam como lésbicas se não tiveram relação sexual peniana ao longo da vida. Mas não estão livres da possibilidade de ter o tipo do vírus oncogênico (que pode evoluir para o câncer de colo uterino), por isso é necessário seguir o rastreamento também. 

Nas mulheres que se identificam como bisexuais, a prevalência de HPV não tem comprovação científica de ser maior do que em mulheres lésbicas ou com relações heteroafetivas exclusivas. Devem seguir as mesmas orientações de rastreamento.

Gostaria de lembrar que as recomendações para tomar a vacina contra o HPV também não mudam, de preferência realizar o esquema antes dos 26 anos de idade.  

No momento da realização do exame, converse com o profissional antes e sinta se você está confiante que vai ser acolhida, que percebeu abertura para falar se tem algum medo do exame ou do espéculo vaginal (aparelho usado durante a coleta do Papanicolau) e que vai ser respeitada neste momento. Não se sinta obrigada a realizar o exame se não estiver tranqüila e segura.