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Certamente, não é uma conversa fácil, ainda envolve muitos preconceitos e julgamentos. Primeiramente, não se deve falar que tem uma “doença” sexualmente transmissível (DST) e sim que tem uma “infecção” sexualmente transmissível (IST). Faz muita diferença a troca destas palavras, porque de fato, nem sempre quem tem uma infecção, está no momento de doença. Por exemplo, nem todas as pessoas com HIV (infecção viral) estão com AIDS (doença causada pelo vírus).

A conversa deve existir. O par tem direito de saber antes mesmo de ter o primeiro contato sexual. Porque é de ambos o dever da proteção para evitar uma transmissão. Independente se for um crush ou a pessoa para casar, cabe um diálogo aberto.

Deve-se escolher um ambiente que seja tranquilo e acolhedor a ambos. Um lugar que se possa ouvir bem. Iniciar a conversa com calma e tentar passar todas as informações sobre a infecção, se já teve que tratar doença e como se previne. Por isso, é essencial que se leia muito e tire todas as dúvidas com o médico. O par pode ter as mesmas dúvidas, e quanto mais se consegue esclarecer, mais se ganha confiança. Importante deixar o par à vontade para perguntar o que quiser e respeitar se precisar de um tempo para pensar.

O estigma de uma IST ainda é associado à promiscuidade, quando a pessoa é solteira, e à traição, quando está dentro de um relacionamento considerado sério e estável. A verdade, é que dificilmente se consegue definir quando ocorreu a transmissão e de que forma aconteceu. Porque muitos vírus como o vírus do Herpes e o HPV podem ficar incubados, sem se manifestar em forma de doença por muito tempo (meses, anos…).

A dúvida maior surge entre os parceiros que transam com preservativo e descobrem uma IST. Importante lembrar que a camisinha é o que se tem de melhor para evitar transmissão de infecções. Mas, doenças como sífilis, herpes e as causadas pelo HPV não são evitadas 100% pelos preservativos. A camisinha veste apenas o pênis, mas as lesões podem estar em qualquer parte da região genital (masculina e feminina) e não apenas no pênis e vagina.

Outra questão frequente é a idéia que mulheres que fazem sexo com mulheres têm um risco de contaminação menor. Isso não é verdade. A transmissão ocorre na maioria das vezes por contato sexual, independente se há ou não penetração vaginal ou anal.

O fato de ter um diagnóstico de IST não pode influenciar a vida sexual. Não se pode deixar de transar, de dormir na mesma cama, de tomar banho juntos, de beijar e abraçar por medo, nojo ou por ficar imaginando o que o par está julgando. Deve-se evitar o contato sexual genital e sexo oral enquanto houver lesões ou feridas, ou durante o tratamento. É interessante também que o par que receber a notícia da IST consulte um médico. Caso tenha o mesmo diagnóstico, não necessariamente adquiriu desta parceria. Existe chance de ser uma infecção anterior. Mas não há exames que venham informar nem quando e nem como.

Os principais sentimentos envolvidos para quem tem uma IST são medo, angústia, raiva, tristeza, vergonha e culpa. Muitas vezes adotam um comportamento de isolamento, ansiedade, depressão e de desconfiança. Em toda conversa sobre IST vão surgir preocupações com o julgamento do par, dúvidas sobre quem transmitiu para quem, dúvidas sobre infidelidade e medo de adquirir novamente a infecção durante as relações sexuais. Todas essas consequências e sobrecarga (BURDEN = fardo) podem até ter um efeito negativo no tratamento das doenças.

Por isso, o ideal é sempre pensar na prevenção, procurar o médico ao menos uma vez por ano para fazer exames e esclarecer todas as dúvidas.