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A vulvoscopia e a colposcopia são exames ginecológicos que complementam o Papanicolaou. São exames importantes para o diagnóstico de lesões causadas pelo HPV e para o seguimento após o tratamento. É comum a paciente perguntar qual é a diferença entre os dois. Ambos têm a finalidade de direcionar o local que deve ser investigado com biópsia.

A vulvoscopia vai olhar a parte da vulva, que é o conjunto de todos os órgãos genitais externos. A vulva envolve o monte pubiano (logo abaixo da pelve, onde tem os pêlos pubianos), os grandes lábios e os pequenos lábios, a região perineal (que fica entre a entrada da vagina e o ânus), a região perianal (ontem estão as pregas do ânus), a região gênito-crural (ou virilha), a região interglútea (a linha que separa os glúteos) e toda a região que envolve do clitóris até a entrada da vagina. Na realização do exame, a mulher se coloca em posição ginecológica, com as pernas mais afastadas, dobradas e elevadas em apoios; e o médico coloca um liquido que chama ácido acético e olha através do aparelho de colposcópio (uma lupa de aumento) em busca de lesões demarcadas pelo ácido. Caso seja detectada alguma alteração, é realizada uma biópsia.

A biópsia é feita no mesmo momento do exame, se a mulher permitir. Utiliza-se um anestésico aplicado com uma agulha bem fina no local e com uma pinça que tem um “dente”, se retira um pedaço pequeno da área suspeita. Este fragmento do tecido é então encaminhado para a análise. É outro médico, com outra especialidade (patologista) que vai estudar esta amostra. Por isso que o resultado da biópsia (conhecido como anatomia-patológica) demora alguns dias para ficar pronto. A vulvoscopia se limita a uma observação externa, não se coloca espéculo dentro da vagina e não se introduz nenhum aparelho.

A colposcopia é o exame que vai avaliar mais especificamente o colo do útero e a vagina para investigar se tem alguma lesão suspeita de infecção viral (HPV). São utilizados dois líquidos para demarcar as lesões: ácido acético e iodo. Após a colocação destes líquidos, é comum a sensação de ardência, que rapidamente desaparece após o exame. A biópsia não é realizada de rotina, só é feita quando há área suspeita. Não é necessária anestesia no colo uterino e na vagina.

Após a biópsia, a mulher deve ser orientada sobre possibilidade de dor (geralmente tipo fisgada ou cólica em fraca intensidade), de sangramento (em pequena quantidade) e de infecção. Por isso, se pede para não ter contato sexual por 72 horas. Se a paciente foi submetida a vulvoscopia e colposcopia sem biópsia, não tem necessidade de evitar contato sexual.

A avaliação da vulva também é feita durante a colposcopia, faz parte da observação do trato genital inferior como um todo. Mas o ideal é que o médico ao solicitar o exame, se quiser que a vulva seja mais detalhada, solicitar a vulvoscopia em conjunto com a colposcopia.

Os laudos geralmente são descritivos e com fotos, o que ajuda o acompanhamento pelo médico ginecologista.